Era uma vez....

Era uma vez um lugar onde as pessoas eram doces que nem algodão. Onde as almas caminhavam de mãos dadas e o vento fazia cócegas por dentro. Os risos? Eram infinitos. E era sempre primavera, mesmo em dias frios.
Era uma vez um lugar onde ar tinha cheiro de flor e rastros de borboleta voando. Onde a chuva lavava as gotinhas de sangue que caíam dos corações e o sol servia pra secar e aquecer. Esse lugar era cheio de fadinhas secretas que habitavam dentro de cada um… Balançavam suas asinhas, alçavam voo e faziam cada pessoa flutuar. Os sonhos saíam pela boca e cada olhar irradiava mais luz pro sol. A gentileza se misturava com o vento e ia se espalhando com as folhas que voavam. A areia brincava de fazer cosquinha no pé.
Os cílios guardavam a beleza dos momentos já vistos. E cada lágrima que caía servia pra refrescar as flores secas.
Era uma vez um lugar onde o céu contava histórias, e os personagens eram coelhos e jacarés em formato de nuvens. Onde os dentes de leão significavam sonhos e as pedrinhas no meio da rua, eram tesouros preciosos. Um lugar conhecido por ter cheiro de infância e fazer cafuné nos cansaços de cada um. Um lugar em que o carinho era o idioma pátrio. Onde cada abraço dissolvia uma pessoa noutra, uma alma noutra.
Era uma vez um lugar onde a dona lua cheia iluminava o céu, e nas noites de tristeza se quebrava em estrelas pra dar luz a escuridão de cada um. Cada coração era cuidado! E cada riso de criança ia curando todos os males já escutados. A brisa calma abraçava as pessoas, lembrando-as de que não estavam sozinhas, de que todas as finezas do dia, estavam acompanhando-as e que por mais triste que fosse a vida, tudo poderia ser bonito.