Quebra cabeça

Eu era pedaços aleatórios de algo que custava se juntar. Peças de um jogo de quebra-cabeças que não tinham a caixa com a estampa para poder se basear em quê modelo queria-se montar. Tudo largado, jogado, espalhado pelos cantos e espaços de uma vida contínua. Vida essa, aliás, a mesa ideal para se iniciar a grande montagem do quebra-cabeça que sou. Genética, personalidade, ambiente, família, momentos, história, amigos, ilusões, realidades, amores, inimizades, paixões, tristezas, palavras, atitudes... São os encaixes que precisava para juntar e conseguir formar uma parte deste quebra-cabeça. Isso sou eu. Tudo que fiz, que conquistei, que perdi, que amei, que odiei, que achei, que perdi, que sorri, que chorei, que corri, que esperei... tudo, sou eu. Hoje, os pedaços aleatórios, enfim, na realidade, descubro que não são aleatórios. Sou o que sou, porque fui o que fui. E, finalmente, sigo em paz em meu próprio caminho pois eu sei que o construí.