
Trancar o dedo numa porta dói... Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, dóem... Dói bater a cabeça na quina da mesa, morder a língua... Dói cólica, pedra no rim... Mas a dor mais difícil de passar sem dúvida nenhuma é a dor de uma saudade... Saudade de um irmão que mora longe... Saudade de uma cachoeira da infância... Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais...
Saudade de um parente que já morreu... Saudade da gente mesmo... O tempo não perdoa... E como doem essas saudades todas... Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama... Saudade da pele, do cheiro, dos beijos... Isso acontece quando o amor de um é dúvida, então ao outro, sobra a saudade que ninguém sabe deter.
Saudade é não saber... Não saber mais se ela continua se gripando no inverno... Não saber mais se ela continua cortando e pintando o cabelo... Não saber se ela tem se cuidado como prometeu, se ela continua preferindo chocolate, se continua sorrindo e brincando.
Se continua lhe amando... Saudade é não saber.
Não saber o que fazer... Sem aquela pessoa tão querida...saudade que só se mata na chegada. No abraço no olhar , na voz e no afago... Saudade que se a gente não mata, mata a gente...
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